Lipoproteína (A)


A estrutura da Lp(a) assemelha-se à das Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), pelo tamanho e pela composição lipídica das partículas e pela presença da Apolipoproteína B100 (apo B100). A maior diferença estrutural entre as duas é que a Lp(a) apresenta uma segunda proteína, além da apo B, a Apolipoproteína (a) ou apo(a), que está ligada à apo B100 por meio de interações não covalentes e a fosfolipídios oxidados por ligação covalente. A concentração da Lp(a) é predominantemente determinada pela genética. O gene LPA pode determinar isoformas de apo(a) heterogêneas. Descoberta fundamental foi que a apo(a) apresenta marcante homologia com o plasminogênio, umas das proteínas do sistema fibrinolítico. O componente apo(a) da Lp(a) parece ter propriedades pró-trombóticas ou atividade antifibrinolítica e os fosfolipídios oxidados ligados à Lp(a) são fundamentais mediadores das ações pró-inflamatórias e desestabilizadoras de placa. A Lp(a) promove doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) e estenose calcificada da válvula aórtica (EA) via 4 mecanismos: inflamação vascular, aterogênese, calcificação e trombose.

DESAFIOS NA MENSURAÇÃO DA LP(A)

Os ensaios comercialmente disponíveis para a mensuração da Lp(a) na circulação são baseados em massa da Lp(a) (reportados em mg/dL) ou em número de partículas de Lp(a) (reportados em nmol/L). Como cada partícula Lp(a) consiste em 1 mol de apo(a) e 1 mol de apoB, independentemente do tamanho da apo(a), medir concentrações molares contorna a heterogeneidade da medição de massa. Os métodos que relatam os níveis de Lp(a) em mg/dL são sensíveis ao tamanho da isoforma da apo(a) e podem relatar valores que se desviam da concentração real. É importante ressaltar que a conversão direta entre Lp(a) massa (mg/dL) e concentração (nmol/L) é uma aproximação imprecisa, uma vez que os fatores de conversão são inerentemente dependentes de isoformas. Independentemente de como os testes Lp(a) são relatados, devem ser tomadas medidas para avaliar o resultado e garantir o gerenciamento dos fatores de risco de doença cardiovascular (DCV) em todos os indivíduos com Lp(a) elevada. Os níveis plasmáticos de Lp(a) são 90% determinados geneticamente, inversamente relacionados ao número de repetições do KIV2 e permanecem estáveis ao longo da vida de um indivíduo. Os níveis de Lp(a) têm uma relação linear direta com o risco de DCVA causando um aumento acentuado no risco nas concentrações mais altas. Os desafios para o estabelecimento de um ponto de corte de risco universal incluem: (1) diferenças nas unidades e técnicas de medida, (2) heterogeneidade de valores relatados em diferentes estudos, e (3) pronunciada variação nas concentrações de Lp(a) entre diferentes grupos/raças e entre aqueles com comorbidades (por exemplo, doença renal crônica, doença hepática, hipotireoidismo).

É importante observar que o teste de Lp(a) requer apenas uma coleta de sangue, sem jejum. Considera-se que as concentrações de Lp(a) geralmente variam em <10%, em qualquer indivíduo, e uma única avaliação vitalícia de Lp(a) pode ser adequada para a maioria das pessoas. No entanto, um estudo recente relatou que, em alguns indivíduos, os níveis de Lp(a) variaram em aproximadamente 20%, ao longo 190 dias. Alguns fatores não genéticos podem afetar a medição de Lp(a), incluindo doença renal, infecção aguda e gravidez, e pacientes selecionados podem necessitar de repetição. Um segundo teste Lp(a) também pode beneficiar mulheres na pós-menopausa, uma vez que os níveis de Lp(a) aumentam após a menopausa.

Adapatado de https://doi.org/10.1016/j.ahjo.2023.100350

Referências: 1. American Heart Journal Plus: Cardiology Research and Practice 38 (2024). https://doi.org/10.1016/j.ahjo.2023.100350. 2. JAMA Cardiol. 2022;7(7):760-769. doi:10.1001/jamacardio.2022.0987

Edição 12. Dezembro/2024. Assessoria Médica – Lab Rede

 

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