Plaquetograma – Índices Plaquetários


A evolução da automação na hematologia introduziu na rotina laboratorial diversos parâmetros. Dentre essas novas ferramentas, aquelas relacionadas às plaquetas, ainda são pouco compreendidas e utilizadas tanto na prática médica, como laboratorial, devido à dificuldade de padronização.

Esses parâmetros compõem o chamado Plaqueto­grama (em analogia à denominação dada ao eritrograma e leucograma) e consiste de 3  índices plaquetários, além da contagem de plaquetas. Estes índices são PCT – plaquetócrito, PDW – Amplitude de variação do tamanho das plaquetas e VMP– volume plaquetário médio.

O VMP apresenta uma correlação inversa com a contagem de plaquetas e representa um importante marcador para a atividade e função plaquetárias, sendo muito importante na avaliação de diversas desordens clínicas de origem hematológica ou não, tais como diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio, leucemia linfoide aguda, leucemia mieloide aguda, entre outras doenças onco-hematológicas, bem como na avaliação da resposta medular.

O PCT representa o equivalente ao hematócrito para as plaquetas e corresponde ao volume total de plaquetas num determinado volume de sangue e está diretamente relacionado com a contagem de plaquetas e com seu volume.

O PDW  é calculado a partir do histograma de distribuição do tamanho plaquetário.

Na rotina laboratorial, a automação vem contribuindo para dar maior rapidez e precisão nos resultados e a revisão de lâmina, cada vez mais restrita, fica limitada a condições em que se encontram alterações significativas nas contagens globais ou emissão de mensagens de erros, a fim de se confirmarem os resultados.

No caso específico das plaquetas, quando a contagem global está aumentada ou diminuída, uma avaliação em lâmina é realizada com o propósito de ratificar as contagens fornecidas pelos analisadores hematológicos e avaliar a morfologia plaquetária. Nesta situação, os índices plaquetários em questão podem nortear as decisões quanto à revisão de lâmina na rotina laboratorial.

Além disso, alguns estudos foram realizados comprovando a utilidade e a relação desses parâmetros com diversas condições clínicas. Encontrado média de MPV significativamente maior em pacientes com Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI) quando comparada com outras condições hematológicas (Leucemias agudas e crônicas, linfoma Hodgkin e Não Hodgkin e Síndrome Mielodis­plásica), podendo este índice ser usado como ferramenta orientadora ao diagnóstico de PTI. Neste mesmo estudo também foram observadas diferenças significativas nas médias de PCT entre estes doentes quando comparados ao grupo controle.

Da mesma forma foram evidenciadas diferenças significativas dos valores de MPV, PDW  em um grupo de gestantes com pré-eclâmpsia, comparadas a um grupo de gestantes normais, enquanto que não foi evidenciada diferença significativa nas contagens de plaquetas nesses grupos.

O VPM é importante em vários cenários clínicos, incluindo Sepse, infecção e inflamação. Na Colecistite aguda e crônica revelam a relação entre valores baixos de VPM.

Diante disso, um estudo mais aprofundado desses parâmetros é de suma importância tanto para a classe médica quanto para os profissionais analistas clínicos, que podem fornecer resultados mais completos aos pacientes e médicos assistentes.

 

Referências Bibliográficas: Revista Brasileira de Análises Clínicas –  Junho 2017 e Revista de Gastroenterologia do México –Julho 2023

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